por Maximilian Sandor
Todo começo é difícil?
Verdade?
E… tudo que tem o começo tem um fim, ou não?
Ao começo tem um o número um. Ou o número zero?
Zero é nada? Qual é o primeiro número?
O mundo da matemática tá tudo claro, né? Tudo lógico, não poderia ser diferente. Tudo mundo sabe!
Só que não.
Como nós estamos acostumados a tratar os números, do sistema decimal e dos números ‘naturais’, até a álgebra, é baseado no consenso dos sábios do passado. Um consenso que foi achado com muita briga intelectual e politica e não deu certo para algumas coisas. No sentido estricto da definição original a matemática não é uma ciência mas, sim, um tecnologia. Os números per se não existem no mundo, eles existem exclusivamente na mente do ser humano. E lá, na nossa mente, quase tudo é possível.
Começando com os números naturais
Estamos acostumados desde criança à sequência dos números sem pensar muito. Simplesmente contamos. Até quanto?
O matemático moderno vai dizer que a soma de todos os números seria -1/12 . Sim, isso. Menos 1 dividido por 12. Nada mais, nada menos.
Aonde vamos começamos então?
Pra não nós enrolar já no início, vamos deixar detalhes pra mais tarde e simplesmente declarar qual tipo de número nós vamos usar.
Os números ordinais
Os números ordinais descrevem da chegada dos eventos da vida e eles descrevem assim as relações entre tudo que existe.
Isto é possível porque os números tem uma estrutura interna da que não se pensa normalmente quando se conta da 0 á 10.
No Quantum Ifá do Max Sandor, nós chamamos os números neste sentido também os Exú ou às vezes os ‘fluxos cósmicos’.
Os números CARDINais
Os números cardinais descrevem as quantidades de elementos e eles descrevem assim uma propriedade de um grupo.
Nós vamos usar um tipo de números que nunca teve um nome por se próprio.
OS NÚMEROS ESTRUTURAIS
Esses números descrevem a ordem de estruturas com um certo número (cardinal) de nós ou cantos. Por exemplo, um triângulo é representado por o número ‘3’ porque ele tem 3 nós ou cantos. Esta visão foi encabeçada pelo americano Buckminster Fuller que com este método corretamente preditou um elemento faltando na tabela dos elementos.
Usado no sentido da numeração dos fluxos cósmicos pelo Max Sandor, nós vamos apresentar a matemática específica deste tipo de número neste livro.
Vamos agora começar, simples assim, com contagem regressiva:
3, 2, 1 – VAMOS
NÚmero Um é Deus, assim falou Pitágoras
Precisamos sempre deixar muito claro sobre que tipo de número nós falamos. Para monoteístas, tudo é contido num único princípio de Deus e outros números não podem existir como números ‘naturais’. Nós vamos nos limitar aos números ordinais e assim evitar este problema filosófico. Se for necessário, vamos usar o modelo de um mundo côncavo, o modelo preferido no Ifá mesmo.
O Universo côncavo…
contém tudo num círculo e tudo que existe é uma fração de tudo, que é UM (‘1’).
Por exemplo o conceito do número DOIS (‘2’), será exatamente a metade do tudo e assim vai.
Assim “1” (o “Deus”) faz sempre parte de qualquer manifestação no Universo.
Isto corresponde matematicamente ao fato que você pode dividir qualquer número por ‘1’. (Porém, esta operação é às vezes denunciada como uma falácia).
Para começar entender este número, ajuda muito estudar mais dos números que seguem. De fato, nós vamos frequentemente voltar ao número um. Podemos até dizer que o número UM só se abre á consciência através do estudo dos outros números.
Ou seja, o todo só se mostra nas suas partes, um princípio muito importante.
Na ordem dos Exú no Ifá, o Exú número “1” é o Exú do Olodu Ifá Okanran. Palco-cênicos criados com este Olodu como um dos dois polos hospedam o Orixá Olokun. Consequentemente, este Orixá seria o ‘Deus’ do mundo. No Ifá existem os contos como o do Orixá Obatalá que desafiou o Orixá Olokun para ser eleito rei dos Orixás. Isto é um dos poucos lugares no Ifá onde se vê uma semelhança de uma hierarquia.
DOIS (‘2’)
Na ordem dos Exú no Ifá, o Exú número “2” é o Exú do Olodu Ifá Oyeku.
No mundo concavo, é a dividida de ‘tudo’ (o grande ‘Deus). No Quantum Ifá, o Yin e Yang, o princípio da dualidade do Cosmos.
No mundo convexo, o que chegará depois de Deus, o diabo? Quem sabe, mas, de novo, nós não vamos contemplar o mundo convexo e a sua irracionalidade dos seus ‘números naturais’.
O Exú número 2 representa o oposto complementar do Exú número 8. O ‘2’ representa ambos a polarização e o fenômeno criado por esta polarização, o campo mórfico.
Nesta contemplação vemos pela primeira vez um pouquinho da fortaleza surpreendente oferecida pelo estudo dos números estruturais: nós podemos começar entender relações escondidas entre fenômenos. Vamos encontrar este poder constantemente a diante no seguinte neste livro.
Mas, vamos ir pra frente um pouco mais devagar.
Nós não podemos explicar bem uma parte sem ver as outras partes.
Por isso, ao menos para os primeiros 16 Exú, os fluxos cósmicos dos Olodu Ifá, haja paciência. Em pouco tempo você vai começar perceber como tudo junto faz sentido perfeitamente.
O sistema dos Exú faz uma descrição exaustiva de todas a relações no Universo. A complexidade, a quantidade destas relações entre elas, se resolverá uma vez que você começa olhar as suas partes. Não existe um atalho.
Muita gente pensa assim: só quero o nome do bicho, qual cor ele tem? Como se chama? Não precisa saber outras coisas. Não se chega assim aos seus propósitos. Pior, sem entender o sistema dos Exú a probabilidade de se queimar feio é muito, muito alto.
Investe nestas contemplações indicados neste livro, por favor. Longe de ser completo, eles abrem a visão para como funciona esta milagre incrível que nós chamamos nosso Universo.
TRÊS (‘3’)
No mundo dos números estruturais, ‘1’ representa um punto, ‘2’ um linha e ‘3’, obviamente, um triângulo .
Este fluxo cósmico está embaixo da estabilidade do Olodu Ifá Ogunda.
quatro (‘4’)
Quatro pontos num espaço criam o elemento mais básico do Universo, o tetraedro. Este Exú está embaixo do Olodu Ifá Irosun.
Vemos o primeiro número ‘gereado’ : 2 vezes 2 faz 4. Também é um número quadrado.
Os números (estruturais) quadrados
Estes números representam os fluxos que estão aplicados á se mesmo, então números reflexivos.
Eles correspondem aos Odú Ifá ’em cima’ que são chamados os ‘Meji’ ou ‘energias gêmeas’ .
O número quatro é fundado em cima do Odú Ifá Oyeku Meji porque 2 vezes 2 faz 4.
Em palavras, um campo mórfico interagindo com um outro campo mórfico cria um impulso de energia pura.
Já reencontrei vários segredos antigos de algumas tradições na contemplação dos números estruturais. Por enquanto podemos só indicar a presença destas leis escondidas que são refletidas nos números. A aventura da descoberta é com você!
cincO (‘5’)
A presença de 5 elementos aponta á estrutura do tempo e de fato com o ‘5’ chegou o fluxo mesmo, conhecido como Odú Ifá Oshe em cima deste Exú.
Na geometria está representando uma piramida (3D) ou um pentágono (2D), ambas formas consideradas mágicas.
Nesta energia nós achamos o Orixá Oxum, a beleza, o movimento do rio, a sedução, para muitos seres a raison d’etre nesta vida.
O Exú do número ‘5’ é feminino.
Os números pares representam energias masculinas.
Os números ímpares representam energias femininas.
Seguindo esta regra e também declarando os números ‘1’ á ‘4’ números comuns (que parece ser contestável!) , a energia de ‘Deus único’ do número ‘1’ seria feminino, o campo mórfico seria masculino, e os ancestrais no número uma força feminina.
Na discussão se Orixá Olokun seria masculino, o argumento suporta o contrário.
Nós não vamos entrar na discussão qual seria o ‘primeiro número primo’. Por enquanto, o voto será para o número ‘5’. A importância do conceito dos números não-divisíveis só vai ser aparentes nas discussões de números em cima de ’16’.
Chamando os números dos Exú de ‘números estruturais’ podemos largar a mão ás estipulações sofistas da história da matemática, por exemplo a tentativa ridícula de dividir um número por se mesmo ou pelo número ‘1’, ambos definições nas cabeças humanos sem nenhuma relação ao Universo em que nós vivemos.
Mais, vamos pra frente, gente!
seis (‘6’)
Até agora, os números principalmente refletiram as forças primordiais do Universo físico. Com o Exú de Odú Ifá Obara chega a ‘personalidade’ nos elementos do jogo cósmico.
O Odú Ifá Obara é o oposto complementar ao Odú Ifá Okanran que nós achamos em cima do Exú do número ‘1’.
Qualquer arquétipo montado em cima do ‘6’ vai entrar em competição direta com o princípio do ‘Deus’ do número ‘1’ como entre os Orixá Olokun e Obatalá .
Lembramos neste momento que as estórias de Ifá são parábolas dos roteiras da vida em geral. A luta entre Olokun e Obatalá é muito mais que uma lenda, ela aponta ao conflito da ordem nas sociedades humanas, hoje em dia observado como a confrontação do comunismo e do capitalismo.
Um Exú de um número masculino vai induzir um Orixá masculino em cima dele, neste caso o Orixá Xangó.
Além disso, ‘6’ é criado pelos números 2 e 3. Muitos dos atributos do Orixá Xangó podem ser simplesmente explicados ou ilustrados com as particularidades dos números 2 e 3.
Mas, olha, de repente chegou uma complexidade considerável. A quantidade das relações e combinações de relações aumenta dramaticamente e com isso a quantidade das observações e narrativas dentro desse número.
Um tal discurso não é mais ‘linear’. Precisamos de uma visão sistêmica. Vamos inspetar mais números.
SETE (‘7’)
O ‘7’ representa uma força feminina cujas qualidades estão bem óbvias quando se entra a análise da sequência dos números (0) 1-9 (10).
Por enquanto notamos que em cima desta energia está o Orixá Yemonja e o palco-cênico do mar, o Odú Ifá Owonrin.
Um número grande de derivadas de Ifá trocaram este número com o número ’11’, a força da terra. Esta troca é similar e paralela á confusão de ‘1’ e ‘6’, a luta machista contra as forças femininas. A analogia é menos óbvia porque ambos ‘7’ e ’11’ estão forças femininas. Notamos que a visão machista atual usurpou todas as forças primordiais menos ‘5’,’9′ e ’15’.
Oito (‘8’)
Vemos o primeiro número cúbico (2*2*2), macho ao extremo e naturalmente dominante. Em cima deste Exú está o Odú Ifá Ogbe, o domínio preferido de Orixá Obatalá que se acha o dono do mundo ainda ele só ganhou o título do ‘rei dos Orixá‘ depois um empate meio estranho com o ‘rei original’ Orixá Olokun.
Odú Ifá Ogbe é declaradamente o primeiro dos 16 Olodu na sequência oficial de Ifá que descreve a ordem da chegada dos primeiros Seres, os Imale, no mundo.
No modelo das 4 rodas funcionais Odú Ifá Ogbe ocupa a posição final da primeira roda. O seu paradoxo é que ele é tâl completo que uma evolução não é possível sem desfazer ele mesmo, o alvo é o fim da corrida.
nove (‘9’)
O poder do número ‘8’ é só superado pelo número ‘9’, o número mais tímido para muitos praticantes de Ifá, a força de Odú Ifá Osa, o potential de mudança.
Um bom momento para mencionar a observação:
Uma estrutura de um número estrutural é só mutável pelo número seguinte.
Qualquer manifestação então substitua a manifestação anterior e vemos bem nítido que:
A estrutura de um número estrutural nasce da estrutura do número antecedente.
Com estas observações básicas chegamos a cadeias de manifestações ou eventos.
Se não daria para sair da cadeia de eventos, nada se repeteasse!
Aí vem a qualidade do número primo: sem um Odú Ifá em cima, o próximo evento não é necessariamente determinado pelo próximo número.
Imagine um trem: ele segue o trilho até encontra um desvio. O número primo representa este desvio na cadeia dos eventos cósmicos.
O número ‘9’ não é um número primo. Depois ela vem, sem falta, o número ’10’.
Dez ’10’
Cada fim é um novo início.
Porém, qual será? Caos ou Causa? Este paradoxo caracteriza o Odú Ifá Ofun que se monta em cima do Exú do número ’10’.
Antes de tudo foi caos? Ou existiu uma causa?A história da filosofia foi bem corrompida. Não vamos entrar nesta questão. Do punto de vista de Ifá, ambos é possível, cada energia porta o seu oposto em se.
Chamamos uma energia construtiva ‘ire’ e uma energia negativa ‘ibi’.
O enigma do número zero assim se revela como o estado do Universo antes do seu começo. O número ’10’ é o fim de um ciclo, e um novo ciclo começará com os números 11-19.
Onze ’11’
A separação dos ciclos 1-9 no sistema decimal é uma providência genial.
Odú Ifá Odi está em cima do ’10’ do passado. O domínio da ‘mãe terra’, este Exú descreve a base da criação similar ao número ‘1’, só que desta vez representado pela ‘terra’ invés ao Universo inteiro.
O arquétipo da terra, Orixá Onile, se esconde no fundo da terra muito similar ao Orixá Okanran no domínio do número ‘1’ que se esconde no fundo do oceano.
Como número primo, ’11’ serve como um marcador e com a energia ’12’ vai chegar um novo desdobramento da criação.
Doze ’12’
Achamos em doze um número com muitas ramificações. Muitas conexões significam um alto nível de complexidade.
Para os nossos novos números estruturais, vamos definir:
O nível de complexidade de um número estrutural é definido pela quantidade de factores estruturais.
Para esclarecer melhor, vamos fazer a lista dos fatores estruturais para o número ’12’:
’12’ – Olodu Ifá Iwori
1*12=12 Okanran-Iwori
12*1=12 Iwori-Okanran
2*6=12 Oyeku-Obara
6*2=12 Obara-Oyeku
3*4=12 Ogunda-Irosun
4*3=12 Irosun-Ogunda
Na primeira escalação chegamos á 6 constituintes. Mas é óbvio que os números 6 e 4 têm os seus próprios constituintes. Para certas operações, eles precisam entrar em consideração também.
Odú Ifá Iwori que se monta em cima do número estrutural ’12’, é conhecido como o ‘céu’ no Ifá tradicional, nas 4 rodas de Quantum Ifá como espaço e também como expansão. Como na ciência contemporânea, o espaço está expandindo continuamente. Onde tem uma expansão, novo espaço será criado ou ocupado.
Antes e depois o ’12’ vemos números primos.
Um Exú chamamos ‘encapsulado’ se e o seu número estrutural está entre dois números primos.
Estes números controlam ‘jogos’ inteiros como vamos ver mais para frente. Nós chamamos eles também de números de excelência, por exemplo o preferido do Pitágoras, o número 18, ou o número da ´perfeição masculina’, 42.
Lembramos-nos mais uma vez que os números por si mesmos não tem uma vida ou impacto real. O sistema dos números estruturais não é um sistema de numerologia no sentido popular ou supersticioso.
Treze ’13’
O número ’13’ representa o Exú embaixo do Odú Ifá Ika, a vida física, o nascimento e a morte.
quatorze ’14’
Composto dos fatores ‘2’ e ‘7’ aponta ao vida espiritual, especialmente o poder e o encantamento espiritual. Odú Ifá Oturupon.
QuinZE ’15’
Composto dos fatores ‘3’ e ‘5’ aponta ao fenômeno da atração em qualquer domínio. seja físico, espiritual, o emocional.
Uma das narrativas mais conhecidas de Ifá é a estória de Ogum e Oxum e este roteiro nasce aqui, neste número.
dezesseis ’16’
O número mais perfeito e o número máximo no sistema binário (‘1111’). O conceito do Odú Ifá Irete é comparável com a ideia de ‘Arete‘ na filosofia grega mas com ainda mais definição precisa. No sentido mais básico, a ‘conexão’ por si mesmo. No sentido mais amplo a ‘escolha de conexão’, resultando em liberdade, mestria total e em geral a benção máxima.
Como todos os conceitos o sentido positivo (‘ire’) é contrastado pelo seu negativo (‘ibi’).
O oposto complementar de Odú Ifá Irete é Odú Ifá Otura. ‘Amor’ e ‘liberdade’ se completam mais também se excluem. Uma relação amoroso vem só com um sacrifício em liberdade individual.
Vemos mais uma vez como o estudo dos números estruturais nós leva á uma nova visão das relações no Universo, inclusive a relações entre Seres humanos.